O túmulo vazio

No túmulo vazio, onde o corpo fora depositado, via-se somente a mortalha que envolvera o Cristo – um lençol de linho, em cujas dobras e manchas olhos espantados se fixavam. Poderia haver, nas suas exortações sobre a ressurreição, um sentido mais concreto do que abstrato? Pedro, diante do sepulcro, garimpava no chão de sua consciência … Ler mais

O escritor, o náufrago e a vela

Retorno aos escritos como o náufrago que vê, da ilha solitária onde se encontra, a vela que representa a sua esperança de retorno ao mundo, à sociedade. O escritor, inegavelmente, é um espírito solitário, que pouco fala, embora tenha muito a dizer; na verdade, poucas pessoas têm tanto a dizer com o profissional da escrita. … Ler mais

Anunciação à Virgem Maria

Rompendo o véu atmosférico, de alva cintilação constituiu-se em figura — os olhos dela puderam vê-lo: o anjo anunciador, como numa ânfora, despejou em redor de si luzes coadas da ogiva, retecendo-se em relevo visto, urdidura de fios luminosos. Maria suspendeu de si o humano julgamento, conteve-o em seu coração, junto aos sobressaltos. Lá fora, … Ler mais

Apresentação — ou uma prece.

Este texto marca o início do meus escritos neste site.  Mais do que nunca, urge no meu espírito o anseio de dialogar — não tão somente com você, leitor, mas comigo mesmo em última instância.  O ato de escrever, quando bem conduzido, permite ao escritor revistar-se em suas memórias, pensamentos e valores — possibilitando um … Ler mais