Este texto marca o início do meus escritos neste site.
Mais do que nunca, urge no meu espírito o anseio de dialogar — não tão somente com você, leitor, mas comigo mesmo em última instância.
O ato de escrever, quando bem conduzido, permite ao escritor revistar-se em suas memórias, pensamentos e valores — possibilitando um senso de unidade interior.
Costurar tantos elementos, aparentemente díspares, é uma ação necessária na edificação do caráter, de uma personalidade firmada em princípios elevados.
Desde a minha infância, busquei tratar com seriedade os temas centrais da sociedade: o direito, a justiça, o belo, o bom, o mau, o justo, etc.
Todos nós, ao longo da vida, buscamos esse senso de direcionamento em face das decisões que somos instados a tomar.
No meu espírito, desde tenra idade, perguntas se assomavam à consciência: “Qual o sentido de tudo isso?” — e mais — “O que vim fazer neste mundo?” — e outras — “Qual o caminho correto a tomar?”.
Nas decisões cotidianas, se expressam os nossos valores mais profundos, muitos dos quais escondidos no recôndito de nossa alma. Eles revelam-se pelos nossos pensamentos, palavras e ações.
Talvez você, caro leitor, não tenha o costume de ponderar o porquê de suas decisões, das suas ações diárias e das suas preferências. Por detrás de tudo isso, no entanto, existe esse conjunto estrutural dos seus princípios morais.
Deus, para você, é apenas uma construção humana ou é uma verdade existencial? A justiça, segundo o seu ponto de vista, é o apelo a princípios morais superiores ou um pacto social estabelecido entre os membros de uma sociedade, variável conforme a época?
Tais perguntas cavam dentro do indivíduo considerações profundas, que requererão uma autoanálise também sobre os seus conceitos de certo e errado, bom e mal, etc.
Como o homem pode melhor se direcionar se não ponderar sobre esses valores?
Autômata, esse homem caminhará em direção ao vazio de uma existência sem sentido e significado — como uma folha seca ao vento, carregado sem destino certo.
Questionar-se a si mesmo é abrir fendas, por meio das quais a luz do dia pode penetrar e iluminar a sua consciência. E somente ela — a consciência —, amadurecida pela profunda reflexão, pode melhor nos direcionar em nossas decisões.
Talvez o conjunto desses escritos se assemelhe a uma obra de Fiódor Dostoiévski, em que o personagem principal sempre busca a sua redenção e, no fim da história, a encontra na figura de um valor atemporal, divino e elevado — que, espantosamente, sempre esteve dentro dele, mas, antes da busca sincera, ele não tinha olhos para ver.
No fim de tudo, assim como fez o nosso Senhor Jesus Cristo — creia você nele ou não —, é necessário sacrificar-se a si mesmo em busca da verdade, em busca de reencontrar-se.
Servir ao próximo exige humildade, integridade e respeito — todo profissional, segundo concebo, deveria se esforçar nessa direção.
Como ocorre em todas as minhas iniciativas, especialmente as que julgo importantes, busco em Deus e na figura do nosso Senhor Jesus Cristo inspiração, proteção e sensatez.
Que estes textos possam lhe ser úteis, querido leitor, que neles eu deposite as pepitas de ouro que obtenho em minhas reflexões, ponderações e preces — e que as minhas ações sejam o límpido reflexo dos meus ideais.
No fim das contas, que seja esta apresentação também uma prece.
Brasília, 29 de agosto de 2024.